A apneia do sono é um dos distúrbios mais comuns que interfere na qualidade de vida. Essa alteração provoca cansaço e sonolência diurna e tem como principal característica a obstrução das vias respiratórias superiores que impede o fluxo normal da respiração.
O distúrbio provoca ronco e paradas respiratórias, pois causa o estreitamento dos canais de respiração. Quando não tratada adequadamente, a apneia pode evoluir para doenças graves como a cardiopatia, entre outras.
Para um melhor entendimento sobre as causas desse problema, elaboramos este artigo no qual abordamos os tipos de apneia, principais sintomas, tratamentos e acessórios que podem auxiliar a evitar os roncos e as disfunções respiratórias. Continue lendo para saber mais!
Características da apneia do sono
Ela trata-se de uma disfunção que pode apresentar obstrução total ou parcial das vias aéreas superiores. Essas alterações são classificadas como apneia e hipopneia. No primeiro caso, ocorre uma interrupção completa do fluxo de ar nasal ou oral com duração média de 10 segundos.
Na hipopneia, há uma diminuição de 30% a 50% do fluxo de ar. Essas obstruções provocam interrupções da respiração a cada 60 minutos, que resultam em engasgos e roncos, interferindo diretamente na qualidade do sono e reduzindo a concentração de oxigênio no sangue.
A baixa oxigenação estimula o sistema nervoso e eleva os batimentos cardíacos, provocando uma contração dos vasos sanguíneos. Ao longo do tempo, essas alterações afetam o funcionamento do organismo e se tornam fatores de risco para a hipertensão e arritmias cardíacas.
Além disso, a apneia pode provocar dor de cabeça, irritabilidade, impotência, resistência à insulina e acúmulo de gordura abdominal.
Tipos de apneia
Há 3 tipos de apneia do sono: a obstrutiva (AOS), a central (ACS) e a mista, com as seguintes características cada uma:
Apneia obstrutiva
É o tipo mais comum e ocorre quando os músculos da garganta relaxam e as vias respiratórias se fecham, impedindo a respiração correta. Nesse caso, a pessoa desperta por um instante e a respiração volta ao ritmo normal.
As situações como obesidade, circunferência anormal do pescoço, alterações craniofaciais e aumento das amígdalas podem levar a essa alteração.
Apneia do sono central
Esse tipo de apneia é menos frequente e normalmente não provoca roncos nem esforços respiratórios. Ela pode ser causada por insuficiência cardíaca, lesão cerebral (AVC), infecção ou tumor cerebral.
Apneia mista
É a combinação da obstrutiva (AOS) com a central (ACS) e ocorre raramente.
Causas da apneia do sono
A apneia do sono é provocada por diversos fatores. Veja a seguir as suas principais causas.
Excesso de peso
O excesso de peso causa gordura ao redor das vias aéreas superiores, podendo provocar a obstrução respiratória. Entretanto, é importante observar que esse é apenas um fator de risco, já que o problema pode ocorrer também em pessoas magras.
Obstrução do canal respiratório
Os bloqueios respiratórios podem surgir na presença de gripes, resfriados, acúmulo de muco ou inchaço dos tecidos nasais por inflamações e infecções. Além disso, eles podem ser causados por tumores, pólipos e desvios de septo.
As interrupções respiratórias podem ocorrer, ainda, em indivíduos que apresentam vias aéreas naturalmente mais estreitas. Há também casos em que as adenoides e as amígdalas adquirem tamanhos acima do normal e bloqueiam a passagem do ar.
Insuficiência cardíaca
As pessoas com insuficiência cardíaca ou fibrilação atrial são mais suscetíveis ao acometimento de apneia do sono central.
Tumores
Tumores cerebrais interferem na capacidade do cérebro de regular a respiração, levando à apneia do sono central.
Tabagismo
O tabagismo provoca o relaxamento dos músculos da garganta, causando alterações na respiração.
Abuso de álcool e sedativos
Assim como acontece com o tabagismo, o consumo abusivo de sedativos e álcool também pode provocar o relaxamento dos músculos da garganta e causar a apneia do sono.
Sintomas da apneia do sono
Os sintomas mais comuns da apneia são: ronco durante o sono, desconforto, cansaço e sonolência diurna. Nos casos mais graves, pode haver uma sensação de sufocamento, refluxo esofágico, boca seca, espasmo na laringe e vontade de urinar.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado por um otorrinolaringologista, com base no histórico do paciente, circunferência do pescoço e resultados do exame de polissonografia.
O exame faz um registro completo das atividades elétricas cerebrais, respiração, movimentos oculares, sinais de relaxamento muscular, batimentos cardíacos e oxigenação sanguínea.
Tratamentos
Em geral, o tratamento para a apneia do sono é realizado por meio de simples alterações no estilo de vida. Para os casos mais graves e crônicos, podem ser recomendados outros procedimentos, como os descritos a seguir.
Acessórios para dormir
O colchão e o travesseiro são importantes fatores que impactam a respiração durante o sono, já que uma postura correta pode melhorar significativamente os transtornos da apneia.
Segundo especialistas, a posição ideal para dormir é a lateral, com um travesseiro menor entre os joelhos para um correto alinhamento da coluna. Para tanto, é fundamental utilizar um colchão que dê suporte ao peso do corpo sem deformar.
O travesseiro deve apoiar gentilmente a cabeça e ficar encaixado entre o ombro e o pescoço, de modo a permitir a passagem do ar pela garganta de forma natural, sem interferências.
Máscaras de pressão
O CPAP, aparelho similar a uma máscara de oxigênio, impulsiona o ar até os pulmões, permitindo uma respiração normal e um sono reparador. É utilizado para o tratamento da obstrução completa das vias respiratórias e quando as mudanças de hábitos não tiveram êxito.
O BIPAP é utilizado para tratar a apneia central do sono e a apneia obstrutiva grave. Esse sistema é indicado para as pessoas com dificuldade respiratória, doenças neuromusculares e cardíacas.
Aparelhos odontológicos
O uso de aparelhos odontológicos é uma alternativa ao CPAP para os casos de ronco e da síndrome da apneia do sono, de leve a moderada.
Há vários modelos, entretanto, todos apresentam a função de levar a mandíbula e língua para frente para aumentar o espaço da passagem do ar.
Cirurgia
A cirurgia é indicada somente após 3 meses de tentativas fracassadas com outros tratamentos ou quando há necessidade de corrigir alguma das estruturas da cabeça. As principais intervenções cirúrgicas são:
- remoção das amígdalas e adenoides;
- cirurgia no nariz — para corrigir desvios;
- reposicionamento do queixo — para acertar essa região, quando ela está retraída, provocando a redução do espaço entre a língua e a parte de trás da garganta, dificultando a passagem do ar;
- criação de uma nova passagem de ar — um canal é feito na garganta para promover o fluxo respiratório.
Conforme pudemos verificar, a apneia do sono é um distúrbio causado por diferentes fatores e deve ser tratada aos primeiros sinais para evitar o seu agravamento. Além dos tratamentos comentados, é fundamental utilizar um colchão e travesseiro adequados para a prevenção e auxílio aos recursos terapêuticos.
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