Saiba quais são as causas da paralisia do sono e como tratá-la

Você já teve aquela sensação de estar preso em sua cama e, mesmo acordado, não conseguir se movimentar, ficando cada vez mais angustiado e amedrontado? Esse fenômeno é o que chamamos de “paralisia do sono”.

A paralisia do sono atinge cerca de 8% das pessoas e é influenciada por vários fatores, sendo, inclusive, associada a alucinações e uma queda significativa da qualidade de vida.

Portanto, conheça a seguir um pouco mais sobre esse distúrbio, suas causas, sintomas e como pode ser evitado, garantindo um sono mais tranquilo e um dia a dia mais proveitoso!

O que é a paralisia do sono?

A paralisia do sono é um distúrbio que pode ocorrer quando a pessoa tenta adormecer (paralisia hipnagógica) ou logo após acordar (paralisia hipnopômpica)momentos em que o corpo é impedido de se movimentar, embora seja possível mexer os olhos e se manter acordado.

Para que isso aconteça, durante o sono, um mecanismo protetivo do cérebro leva ao relaxamento dos músculos (processo chamado de atonia muscular), que mantém o corpo imóvel para evitar movimentos bruscos e economizar energia corporal durante o descanso.

Com a falha desse mecanismo, o cérebro pode demorar a retomar os movimentos musculares, originando o episódio de paralisia do sono, que dura cerca de segundos a poucos minutos.

A paralisia hipnagógica surge quando, na hora de dormir, a mente e o corpo relaxam e a pessoa começa a ficar inconsciente para pegar no sono. Antes de entrar completamente no sono, há uma redução do nível de inconsciência e, mesmo acordado, o indivíduo não consegue se mover ou falar.

Em outras palavras, tanto o corpo quanto os músculos (exceto ocular e respiratórios) estão em relaxamento muscular adequados, mas a mente ainda não atingiu o estágio do sono. Assim, as atividades cerebrais permitem a produção de sonhos vívidos, mesmo enquanto na permanência de tonicidade muscular.

A paralisia hipnopômpica surge quando o indivíduo recupera a consciência antes mesmo de sair do estágio REM (Movimento Rápido dos Olhos), fase que antecede o despertar. Nesse caso, o corpo está completamente relaxado e os músculos imóveis, e retoma a consciência antes de sair dessa fase. A pessoa começa a despertar e os olhos se movem rapidamente devido ao estágio REM, porém, os outros membros permanecem imóveis.

A ansiedade gerada pela falta de controle do corpo pode resultar em alucinações auditivas (sensação de ouvir ruídos) que são justificadas pelo movimento dos músculos do ouvido, visuais (enxergar objetos e pessoas próximas) e cinestésicas (queda ou flutuação do corpo).

Embora os episódios de paralisia não sejam perigosos, já que os órgãos vitais e os músculos da respiração continuam funcionando, a pessoa pode experienciar outros sintomas, como sensação de:

  • asfixia;
  • pressão sobre o peito;
  • afogamento.

Vale lembrar que, mesmo com a ausência de risco iminente à vida, eventos de paralisia do sono podem estar associados a diversos riscos, como ansiedade, insônia e a narcolepsia, outro distúrbio do sono caracterizado, sobretudo, por uma sonolência excessiva.

Quem pode ser acometido pela paralisia do sono?

Especialistas sugerem que a maioria das pessoas deve apresentar, ao longo de sua vida, pelo menos, um ou dois episódios de paralisia do sono, e que o distúrbio é mais frequente entre jovens de 20 a 30 anos de idade.

Embora não exista um perfil específico para ocorrência dos episódios, alguns fatores podem facilitar o transtorno, como:

  • Índices elevados de estresse e cansaço;
  • horários de sono e descanso irregulares;
  • uso de medicamentos que induzem o sono;
  • uso de drogas em excesso;
  • baixos índices de melatonina (hormônio que ajuda na indução do sono e regula o metabolismo) e triptofano (um aminoácido importante na síntese do neurotransmissor serotonina, relacionado sobretudo a processos químicos e biológicos que regulam o sono e o humor).

Como evitar o distúrbio?

Como muitas das causas da paralisia do sono são relacionadas aos hábitos da pessoa, é possível considerar que evitar esses episódios dependa, também, de algumas práticas na rotina diária, como:

Mudar seus hábitos para favorecer o sono noturno

Se o seu sono noturno está prejudicado, uma alternativa interessante é implementar atividades na rotina que ajudem no descanso adequado à noite, como exercícios físicos para fortalecer o corpo e uma alimentação saudável ao longo do dia e mais leve à noite.

Evitar o estresse

O estresse afeta muito a saúde, além de ser um dos fatores ligados à paralisia do sono e outros distúrbios que afetam sua qualidade. Por isso, quanto mais evitá-lo, melhor é para o indivíduo.

Existem diversas alternativas para reduzir o estresse, como terapias com especialistas, atividades ao ar livre, ioga, meditação, aulas de música, sair com amigos, ler livros, viajar e diversas outras atividades que reduzam a pressão do dia a dia.

Melhorar a qualidade do sono

É imprescindível que a pessoa cuide ao máximo da saúde de seu sono, estabelecendo horas suficientes de descanso e fazendo com que o sono tenha frequência e duração adequadas.

Para isso, é essencial dormir em horários regulares, indo para cama todos os dias no mesmo horário, ter um ambiente de sono confortável (com poucos ruídos e luminosidade), escolher um colchão e um travesseiro que contribuam para um sono de qualidade e evitar atividades que aumentem a energia antes de se deitar (uso de cafeína, assistir televisão, sons altos etc.).

Entender o distúrbio para lidar melhor com os episódios

Pessoas que já passaram por situações de paralisia devem buscar informações sobre o transtorno, de forma a lidar melhor com os episódios e evitar prejuízos psicológicos que podem ser causados a curto e longo prazo. Uma das dicas para retomar os movimentos, por exemplo, é evitar forçar o abdômen para tentar levantar e focar nos movimentos dos pés e dedos.

Além disso, é importante manter a calma e mentalizar que a circunstância é temporária e não demandará nenhum risco à sua vida.

Buscar orientação médica

Alguns medicamentos podem ser recomendados para pessoas que apresentam a paralisia do sono, como estabilizadores de sono, antidepressivos e ansiolíticos.

Não deixe de buscar orientação médica se considerar que esses eventos têm interferido na sua qualidade de vida e siga orientações específicas para seu caso, suas condições físicas e psíquicas, aproveitando completamente o seu descanso e tendo uma rotina mais saudável.

Agora que você já conheceu um pouco mais sobre a paralisia do sono, que tal conhecer outros distúrbios do sono que podem impactar na sua qualidade de vida?

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